Homossexualismo e Aborto

Antes do último natal, o nosso presidente, Luís Inácio "Lula" da Silva, aprovou o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) do qual gerou grande polêmica junto as mais diversas organizações brasileiras. Dentre as propostas mais interessantes do programa estão as que afetam diretamente os millitares, MST, ruralistas, mídia e chegando até ao cidadão comum. Dos assuntos abordados, dois em especial me chamaram muito a atenção. Diga-se de passagem, são os mesmos que chamaram a atenção da igreja católica: casamento homossexual e aborto.


A proposta é que os casais homossexuais possam ter os mesmo direitos que os casais heterossexuais, inclusive a possibilidade de adotar crianças. Bem, sempre fui ligado à igreja católica através do CLJ e sempre soube que homossexuais tinham "tratamento diferenciado". Um deles, por exemplo, é o ritual mais importante da missa, a comunhão, cujo não é permitida para homossexuais. Para a igreja, um homossexual não pode receber o "corpo de cristo" uma vez que sua conduta não reflete o que é a vontade de deus.

“... Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o reino de deus” (1Cor 6, 9)

O mais interessante é que um homossexual que é barrado ao tentar comungar não teria êxito em uma ação judicial contra a igreja, alegando ser vítima de preconceito. Pois a igreja está respaldada pelo argumento de estar apenas seguindo dogmas divinos. Imagina se algum RR Soares resolvesse criar uma religião onde um de seus dogmas e não aceitar negros nos cultos! Obviamente isto não vai acontecer, pois no Brasil há leis específicas contra o racismo.

Mas voltando ao casamento homossexual, o fato é que a igreja é contra e ainda alega que se trata de uma ofensa a família duas pessoas do mesmo sexo adquirir matrimônio.

Sobre o aborto, uma vez eu li um material interessantíssimo do livro Freakonomics - O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta que se trata de um estudo relacionado à liberação do aborto e diminuição da criminalidade. O estudo diz que em países, regiões, estados e etc (o estudo foi realizado na cidade de NY que liberou o aborto em 1973) onde o aborto é liberado, a criminalidade é menor devido ao fato de que mulheres que não possuem condições de terem filhos tem a possibilidade de interromper a gravidez. O que impede o desenvolvimento de crianças indesejadas e que não terão suporte educacional. Logo, os índices de criminalidade diminuirão no futuro uma vez que o marginal, aquele gerado por não ter um suporte familiar adequado, é impedido de nascer.

O estudo prova na verdade que o que gera a criminalidade é a falta de estrutura, principalmente estrutura familiar. A falta de um direcionamento que deveria ser fornecido ao ser humano desde o seu nascimento e que mulheres, muitas vezes adolescentes sem preparo emocional e condições financeiras, não possuem para fornecer.

Acredito que as duas propostas deveriam passar por um plebiscito, assim como Portugal que o fez para avaliar a liberação do aborto e, posterior ao seu resultado de 60% dos votantes acordando a liberação, legalizou-o. Algo parecido foi feito aqui no Brasil e ficou evidente a opinião nacional contra o desarmamento. Lembro que logo que o governo anunciou que haveria um plebiscito onde o assunto era o desarmamento da população, eu era a favor. Mas no decorrer do tempo fui lendo materiais a respeito deste assunto, levantamentos de números sobre mortes por arma de fogo e etc., e acabei trocando a minha opinião sobre o desarmamento. Acredito que quando estes dois assuntos forem levados para as massas, muita gente vai se surpreender com o resultado e alguns tabus serão quebrados.